Leclerc descarta ter ignorado ordem da Ferrari no México.

Ferrari pediu que Charles Leclerc abrisse passagem para Carlos Sainz. Mas o monegasco não atendeu de cara porque estava ultrapassando um retardatário

Durante a disputa do GP da Cidade do México, realizado no último domingo (7) com vitória de Max Verstappen, a Ferrari tentou uma estratégia diferente no final da corrida para tentar alcançar a AlphaTauri de Pierre Gasly, que ocupava a 4ª colocação. Com seus dois carros imediatamente atrás do francês, a escuderia de Maranello pediu duas vezes a Charles Leclerc que deixasse Carlos Sainz passar, de modo a permitir que o espanhol buscasse a ultrapassagem, o que não aconteceu. Entretanto, Leclerc só atendeu ao segundo chamado da Ferrari para abrir passagem e explicou sua postura logo após a corrida no Autódromo Hermanos Rodríguez.


“Isso já tinha sido discutido antes”, revelou Leclerc sobre a estratégia. “Teve apenas uma volta em que eles me pediram para deixá-lo passar, mas eu estava ultrapassando, eu acho, um retardatário na minha frente — então não fiz naquela volta. Na volta seguinte, a ordem foi para não fazer mais, então seguramos e trocamos um pouco mais tarde. Mas foi tudo muito claro e assim que me pediram, fiz”, explicou.

Leclerc explicou que a estratégia da Ferrari era usar os dois carros para colocar pressão em Gasly, que não tinha a outra AlphaTauri por perto para auxiliá-lo — Yuki Tsunoda abandonou logo na primeira volta, após incidente com Mick Schumacher e Esteban Ocon.

Assim, quando chegasse no final da corrida, uma das Ferrari teria pneus em melhores condições do que Pierre, algo parecido com o que Sergio Pérez fez com Lewis Hamilton — o mexicano quase conseguiu passar o inglês nas voltas finais da corrida. Mas a estratégia da escuderia italiana, assim como para Pérez, não foi bem-sucedida.

Da minha parte, paramos bem cedo para tentar colocar pressão em Pierre [Gasly]”, disse o piloto. “A intenção era ele parar e Carlos [Sainz] ficar na pista, buscando um delta nos pneus que durasse até o final da corrida. Tudo funcionou bem, mas quando fomos para os pneus duros, tive grandes dificuldades. Carlos [teve] um pouco menos, mas ainda assim não tínhamos o ritmo de Pierre. Mas acho que hoje mostra o espírito de equipe que temos aqui, e sim, é bom de ver”, admitiu.

Apesar de não terem conseguido alcançar o francês na pista, os dois pilotos asseguraram um ótimo resultado para a Ferrari na tabela de classificação do campeonato. Com seus carros em quinto e sexto no México, a escuderia de Maranello conseguiu enfim ultrapassar a McLaren no Mundial de Construtores, assumindo a terceira posição, além de abrir 13,5 pontos para os ingleses.

A próxima etapa da temporada é especial porque vai marcar o retorno da Fórmula 1 ao Brasil depois de um ano de ausência. O GP de São Paulo acontece logo nesta semana, entre 12 e 14 de novembro, com cobertura ‘in loco’ do GRANDE PRÊMIO em Interlagos.