Piloto venezuelano falou sobre a amizade que tinha com o Sir Frank Williams, e revelou a vitória no GP da Espanha de 2012.
Maldonado terá para sempre um lugar especial na história da Williams.
Em 13 de maio de 2012, no Circuito da Catalunha, ele obteve a vitória no GP da Espanha de Fórmula 1, triunfo que segue até hoje como o último dos 114 conquistados pela equipe de Frank Williams.
Esse será também um dia inesquecível para Maldonado, que passou três temporadas na equipe inglesa, passando de um estreante em 2011 a um vencedor de GP. Em conversa com o venezuelano após a morte de Sir Frank, fica clara a importância que aquela experiência teve, não apenas em sua carreira esportiva, mas em sua vida.
Sempre fui um grande torcedor da Williams, diz. A equipe teve vários pilotos latino-americanos em suas fileiras, como Nelson Piquet e Ayrton Senna e, obviamente, quando eu era criança, também era a equipe que estava vencendo.
Quando comecei a correr de fórmula, Juan Pablo Montoya chegou a Williams, e ele, para nós latinos, era um ídolo absoluto, então sempre acompanhei de perto a equipe. Vocês podem imaginar o que significou para mim, recém-campeão da GP2, conhecer Frank Williams e ter a chance de competir em sua equipe.
No primeiro dia em que entrei na sede da Williams, Frank veio me receber e imediatamente me fez sentir a vontade, explicando que sempre teve uma aproximação com os pilotos latinos.
A reunião em seu escritório se tornou meio que algo fixo quando visitava a sede e, na maioria das vezes, ele falou comigo sobre Ayrton. Vi ele chorar várias vezes quando se lembrava, parecia como uma ferida aberta. Talvez ele tenha visto em mim uma pessoa com quem poderia falar sobre algo que o atormentava.
Maldonado tinha um vínculo com Frank que ele mesmo define como, muito forte, e que sempre viu um maravilhado, uma figura que havia conseguido títulos absolutos no passado.
Nasceu uma amizade que cresceu e se tornou muito intensa, mas me lembro bem que, do meu ponto de vista, conversar com Frank era uma espécie de lição, de motivação, ver uma pessoa com seus limites mantendo a determinação e uma energia incrível. Era uma mensagem que carregava comigo.
E não acho que sou o único; toda a equipe sentia isso de Frank. Haviam pessoas que estavam na equipe a 30 anos ou mais, e não acho que era apenas uma questão financeira. Minha presença coincidiu com momentos que não foram fáceis para a equipe, mas sempre existiu um ambiente especial, um grande espírito de união.
O auge de sua passagem pela Williams é, sem dúvidas, o GP da Espanha de 2012, um dia que marcou por várias histórias. Naquele fim de semana celebramos seu 70a aniversário, foi algo incrível. Na ocasião, sua esposa também estava presente. Ela já estava lutando contra o câncer, mas poucos sabiam disso e, mesmo assim, ela não queria perder.
E agora, com a ida de Frank, fica o legado e ele vai fazer muita falta, para o mundo do automobilismo, completa Pastor Maldonado.