O LEGADO NAS PISTAS SEMPRE PRESENTE

O legado nas pistas, sempre presente.

A carreira de Senna na Fórmula 1 durou uma década. Nesse período, pouco a pouco, o piloto passou de uma jovem promessa do automobilismo a um maduro tricampeão, com cadeira cativa nos lares e nos corações dos brasileiros. O carisma e os valores de Ayrton Senna o tornaram um ídolo nacional. Vibramos com suas vitórias e sentimos, de forma solidária e dolorida, suas derrotas. O garoto paulistano, afinal, era quase da família.

O LEGADO NAS PISTAS

Influência de Ayrton Senna na Fórmula 1 passa por implementação de medidas para aumentar a segurança aos pilotos e inspiração para a nova geração.

A carreira do piloto Ayrton Senna na Fórmula 1 terminou com o acidente em Imola, dia 1* de maio de 1994. Na sétima volta do Grande Prêmio de San Marino, quando o brasileiro se preparava para entrar na curva Tamburello, a barra de direção de sua Williams quebrou – e fez Ayrton perder completamente o controle do carro, que seguiu em direção ao muro. Senna ainda conseguiu reduzir a velocidade de 300 km/h para 200 km/h, mas o impacto foi violento, resultando, de imediato, em danos cerebrais que seriam irreversíveis. Atendido na pista pelo médico e amigo Sid Watkins, o tricampeão foi levado ainda com vida ao Hospital Maggiore, em Bolonha, porém em estado gravíssimo. Poucas horas depois do acidente, seu coração parou.

Naquele momento, o piloto saiu de cena. E deu lugar ao ídolo eterno.

Ayrton Senna seria uma influência gigante não apenas para os pilotos das gerações seguintes, como também, de forma indireta, ajudaria a tornar a Fórmula 1 mais segura. Logo após os acidentes do Grande Prêmio de San Marino, medidas que visam proteger a integridade física dos pilotos foram introduzidas na categoria. A partir daí, a questão da segurança foi sempre um tema prioritário em qualquer regulamento – algo pelo que Ayrton havia batalhado muito durante a sua carreira.

Depois de 1994, várias medidas foram tomadas para assegurar maior proteção ao piloto, afirmou em 2014 o engenheiro Aldo Costa, então responsável pelo carro da Mercedes, em entrevista ao jornalista Livio Oricchio. Basicamente construímos hoje um monocoque, ou, como preferem, uma célula de sobrevivência, praticamente indestrutível, enquanto tudo o que cerca é projetado para se romper, a fim de absorver a energia do choque.

Aumento das dimensões mínimas da célula de sobrevivência; introdução de material capaz de absorver energia dos impactos nas laterais e atrás do habitáculo do piloto, a fim de proteger sua cabeça; obrigação do uso de estruturas absorventes de choques na traseira e maior rigor na dianteira; cabos de aço extras para evitar o desprendimento das rodas; e o sistema Hans de proteção da coluna cervical do piloto, destinado a conter os movimentos bruscos do capacete para a frente, foram algumas dessas medidas.

MOTIVAÇÃO E INSPIRAÇÃO

Senna terminou sua carreira com números do alto escalão da Fórmula 1. Em 161 Grandes Prêmios disputados, foram 41 vitórias, ( na ocasião, atrás apenas de Alain Prost, que terminou a carreira com 51 ) e 65 poles positions   ( recorde absoluto até então: atrás dele, vinham Prost e Jim Clark, com 33 poles cada). E, claro havia os três títulos mundiais, que só eram superados pelos cinco de Juan Manuel Fangio e pelos quatro de Prost.

Muito além dos números, porém, forma os valores de Ayrton – sua determinação, sua coragem e sua força de vontade – que inspiraram gerações de pilotos que chegaram ás pistas bem depois dele; inclusive, e em especial, aquele que bateria todos os principais recordes da categoria: Lewis Hamilton. O inglês, que ostenta no currículo sete títulos mundiais, 104 vitórias e 104 poles positions ( números de hoje da temporada em andamento de 2024 ) sempre fez questão de deixar pública a admiração por Senna.

Ele me inspirou muito: eu era um cara que, no fim de semana, tão logo entrava em casa, lia tudo o que encontrava sobre ele. Eu sempre procurei por ele, e mesmo quando ele desapareceu, continuei assistindo seus vídeos como se ele tivesse corrido no dia anterior, afirmou em uma corrida em uma entrevista para a Motorsport italiana, em 2017.

Sempre fui motivado e impulsionado pela lenda Ayrton. Até hoje sinto falta de vê-lo nas corridas. Sempre quis fazer algo semelhante ao que ele fazia. Chegar aos mesmos três títulos era um sonho. É como era uma prova de revezamento: quando alguém te passa o bastão, você tem de continuar. Então, acho que tenho que ampliar o legado de Ayrton, declarou em 2019, em uma entrevista coletiva em São Paulo. Sinto a presença de Ayrton em todo lugar.

Em novembro de 2021, Hamilton escreveu, em suas redes sociais, uma frase em inglês e português que milhares de fãs assinaram embaixo. Minha maior inspiração. O jeito como ele pilotava o carro, a paixão dele pela vida e pelo esporte. Mais que tudo, a maneira como ele enfrentou um sistema que nem foi gentil com ele. Que o legado dele continue para sempre.

Aceleraaa com a gente, Balaclava F1.

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