AYRTON SENNA GP DA ALEMANHA 1990; ALTO LÁ, ALAIN

Ayrton Senna vence o GP da Alemanha 1990

Senna venceu em Hockenheim, quebrou a sequência de três vitórias de Prost e retomou a liderança na tabela de classificação.

Na corrida pelo título do Mundial de 1990, Ayrton Senna havia largado muito bem. Três vitórias nas cinco primeiras provas o fizeram abrir ótima vantagem para Alain Prost, seu grande concorrente: 31 pontos para o brasileiro contra 14 do francês, que havia vencido somente uma vez. Apesar do entusiasmo dos fãs, Senna avisava que era muito cedo para pensar no bicampeonato – e as três corridas seguintes provaram que era mesmo. Em uma sequência espetacular, o piloto da Ferrari venceu os Grandes Prêmios do México, da França e da Inglaterra e deixou o rival para trás na tabela de classificação; Depois de oito corridas – exatamente a metade do campeonato, Prost alcançou 41 pontos contra 39 de Senna.

Dessa forma, o Grande Prêmio da Alemanha, marcado para 29 de julho de 1990, poderia se tornar um divisor de águas da temporada. Apesar de faltarem ainda oito provas para o final do campeonato, uma vitória de Prost, além de o distanciar ainda mais de Senna na pontuação, consolidaria o domínio recente da Ferrari contra a McLaren, causando enorme pressão no brasileiro e na escuderia inglesa. Por outro lado, um triunfo de Ayrton, além de conter a escalada do francês, seria crucial para levantar o moral da equipe. Após vencer em Paul Ricard, Prost havia ironizado a baixa performance dos rivais. Acho que está faltando alguém mais competente para ajustar a Ferrari e os deles…….

TEORIA

Em Hockenheim, pista de alta velocidade, esperava-se que a potência dos motores contasse mais do que a qualidade dos chassis na teoria, uma vantagem para a McLaren, cujos propulsores Honda vinham tendo melhor desempenho do que os da Ferrari. Além disso, a freada forte após a saída da floresta era uma enorme preocupação para as rossas, com um problema recorrente no sistema de freios, provavelmente Alain Prost e Nigel Mansell teriam de desacelerar antes dos demais pilotos para evitar o superaquecimento, frações mínimas de tempo que, em uma corrida da Fórmula 1, poderiam fazer toda a diferença.

PRÁTICA

Já no início dos treinos em Hockenheim, Ayrton Senna mostrou que estava a recuperar o terreno perdido para Prost. Com menos de dez minutos da sessão de classificação de sexta-feira, o brasileiro já havia cravado uma volta velocíssima: 1m40s198, novo recorde da pista, média horária de 244 km/h. Ao final do dia, apenas Gerhard Berger chegou perto dessa marca. com 1m40s434. Bem distante, Prost ficou em terceiro: 1m 41s732, nada menos do que um segundo e meio mais lento que Senna.

Com essa enorme vantagem, o sábado para os dois pilotos da McLaren foi apenas de acerto do carro para as condições de corrida. Até poderíamos ter melhorado o tempo de ontem, tanto eu quanto o Berger, mas não havia razão para isso, afirmou Ayrton, que, apesar de ter dominado os treinos, manteve os pés no chão quanto a repetir essa soberania na prova. O problema é que, em Hockenheim, os motores andam muito tempo no limite, condição extremamente desgastante.

VITÓRIA

Senna, Berger, Prost, Mansell e Ricardo Patrese, da Williams: a ordem do grid de largada se manteve inalterada até a 15a volta. Foi então que Mansell tentou partir para cima de Prost, mas sua manobra, desastrada, o fez sair da pista e causou danos na suspensão da Ferrari, que o obrigou a abandonar a prova. Pouco depois, Berger parou para a troca de pneus, e então as posições começaram a se alterar. Na 17a volta, quando Senna fez seu pit stop, o surpreendente Alessandro Nannini, da Benetton, que havia largado na oitava colocação, já era o segundo. E assim o italiano assumiu a ponta.

Ayrton voltou dos boxes logo atrás de Nannini, e esperava-se que retomasse a liderança sem demora. Mas, devido a uma perda de potência no motor da McLaren, foram necessárias nada menos do que 18 voltas até que Senna conseguisse fazer a ultrapassagem sobre a Benetton, no 34a giro. A partir desse momento, porém, a diferença para o segundo colocado foi aumentando a tal ponto que o líder apenas precisou administrar a liderança, reduzindo sensivelmente o ritmo no final da prova.

Ao final de 45 voltas, Ayrton recebeu a bandeirada, seguido por Nannini e Berger. Prost foi o quarto colocado, e com isso o brasileiro retomou a liderança do campeonato: 48 pontos a 44. Teremos uma luta tremenda nessa outra metade da temporada, afirmava Senna. A reta final do campeonato estava apenas começando.

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