É impossível compilar uma lista definitiva das corridas de kart de Senna e, mesmo que pudesse ser feita, provavelmente, não significaria muito. Sabemos que em 1974 ele foi campeão paulista júnior e em 1977, campeão sul-americano. Também sabemos que, em retrospectiva, deu um passo decisivo em 1978 ao ir para a Europa competir no campeonato mundial, na pista de kart de Le Mans, que fica no grande circuito onde se realiza a famosa corrida 24 horas.
Ele viajou primeiro a Milão, porque iria pilotar um kart DAP ( anteriormente conhecida como Parilla, a DAP foi criada quando os donos Angelo Parilla e seu irmão venderam sua marca a uma empresa argentina ). Eles eram um dos principais fabricantes de kart ( a Itália tem uma longa tradição no ramo ), e Angelo Parilla foi ao aeroporto pegar Senna. Eles conseguiram se comunicar por meio de uma estranha mistura de italiano, espanhol, português e inglês. Parilla se lembra de que, antes de ir a Milão, o pai dele telefonou e me disse que Ayrton só gostava de comida brasileira e, quando ele estava em outros países sul-americanos, não comia até chegar em casa. Achei que trataríamos disso. Quando Senna chegou, Parilla o levou a um restaurante muito bom, onde Senna imediatamente devorou tudo e perguntou se poderia repetir a refeição inteira. Parilla riu. É caro demais para mim! Nascia outra amizade.
De imediato, Senna causou uma ótima impressão ao testar o kart na cidade italiana de Parma, que tinha uma pista difícil. Rapidamente, estava fazendo o mesmo tempo de Terry Fullerton, um veterano, o que Angelo considerou surpreendente. Senna e Fullerton logo se tornaram rivais, o que levou a um momento delicioso anos mais tarde, quando, em um programa de televisão brasileira, perguntaram a Senna quem era o melhor piloto com quem tinha competido. O entrevistador, achando que ele iria citar o nome de um grande piloto de F1, como Alain Prost, Nick Lauda, Nelson Piquet ou Nigel Mansell, ficou chocado ao ouvi-lo responder ( Terry Fullerton ) E o repórter perguntou: Quem??