1983 – WILLIAMS FW08C – FORD
A primeira vez que Ayrton Senna se instalou a bordo de um Fórmula 1 foi em uma Williams. A última também, mais de dez anos depois.
A oportunidade de testar um Fórmula 1 lhe é dada por Frank Williams em 1983. É no circuito de Donington que ele se instala no cockpit, habitualmente ocupado pelo então campeão mundial, Keke Rosberg. Este carro, projetado por Patrick Head, é propulsado por um motor Ford Cosworth, que atinge pouco mais de 500 cavalos. Apesar dessa potente cavalaria, Ayrton Senna – então piloto de Fórmula 3 mostra-se imediatamente muito á vontade ao volante.
1984 – TOLEMAN TG183b-HART TURBO
Trata-se do primeiro Fórmula 1 utilizado em corridas por Ayrton Senna, em 1984. Chegando em 16a no Brasil, o brasileiro deu uma melhorada no seu desempenho a partir do Grande Prêmio seguinte, três semanas depois, marcando até mesmo seu primeiro ponto em Kyalami, na África do Sul. Este carro, de aspecto rústico, parecia um caminhão a Toleman era, na realidade, uma empresa especializada em transporte rodoviário.
Senna iria pilotá-lo por três corridas apenas, já que não se classificou em Ímola. Este Toleman TG183 foi rapidamente parar no museu, para grande alívio do ambicioso participante.
1985 – LOTUS – RENAULT
Já nas primeiras voltas com a Lotus-Renault, Ayrton teve certeza de que este carro havia sido moldado para ele e lhe permitiria realizar algumas façanhas. Um carro de corrida pode sempre ser aprimorado, mas o modelo 97T ficará como aquele com o qual o brasileiro obteve sua primeira pole position, por ocasião do Grande Prêmio de Portugal, em 1985, antes de ganhar a prova no domingo em condições dantescas, sob chuva torrencial. Naquele ano, no comando desta máquina extremamente elegante, Senna obteve sete vezes o melhor tempo nos treinos de classificação e duas vitórias. A segunda, no circuito de Spa-Francorchamps, que se tornaria um de seus palcos prediletos.
1986 – LOTUS 98T – RENAULT TURBO
Este suntuoso carro com pintura negra e dourada, as cores de um célebre fabricante de cigarros, é, como o carro da temporada de 1985, assinado pelo francês Gérard Ducarouge e seu assistente na Lotus, Martin Ogilvie. Evidentemente, é no volante de uma Lotus propulsada pelo maravilhoso V6 Turbo Renault da época que o piloto brasileiro desponta como um mágico. Principalmente nos treinos de classificação. Tendo vencido seu Grande Prêmio em 1985 com a Lotus 97T, ele foi por muito tempo candidato ao título em 1986 com a Lotus 98T-Renault. Nos explosivos e breves treinos de classificação, Senna dispunha ás vezes de mais de 1.300 cavalos, graças a seus seis cilindros Renault incrementados por dois turbos. Um prazer para os ouvidos, um arrebatamento para os olhos.
1987 – LOTUS – HONDA TURBO
Os puristas quase não suportaram quando, naquele ano, viram a nova cor da Lotus-Honda para a temporada 1987. Pintada em um amarelo ouro infeliz, ela apresentava, além disso, formas pouco harmoniosas, mas que eram indispensáveis para receber o novo motor Honda V10, mais volumoso que o Renault. Apesar disso, esse modelo era muito inovador, equipado com suspensão ativa. Um sistema pesado, complexo, mas que proporcionava conforto excepcional ao piloto. Com este carro, Ayrton impôs-se em Mônaco e Detroit, dois circuitos urbanos.
1988 – MCLAREN MP4/4 – HONDA
É o carro das maiores façanhas. Com esta máquina, Alain Prost e Ayrton Senna quase atingiram o escore perfeito, conquistando quinze das dezesseis corridas do campeonato de 1988. Naquele ano, Steve Nichols, criador desta McLaren MP4/4, e Gordon Murray, diretor técnico da escuderia inglesa, colocaram na pista uma máquina imbatível. Com dois pilotos excepcionais ao volante, ela não poderia deixar de monopolizar as vitórias. Além disso, este carro era propulsado por um motor Honda revigorado que os engenheiros japoneses desenvolveram continuamente sob os conselhos de Ayrton Senna, mais á vontade nessa área do que no aprimoramento do chassi.
1989 – MCLAREN MP4/5 – HONDA
Cabe a Neil Oatley projetar para a temporada de 1989 um carro que fosse ao menos tão eficaz quanto seu predecessor. As principais mudanças dizem respeito á aerodinâmica muito refinada deste modelo, que ganha em peso e volume. A partir de então, este carro é propulsado por um motor de dez cilindros Honda atmosférico, que substitui a cavalaria turbo comprimida do ano anterior. No seu volante, o domínio da célebre dupla de Senna-Prost é apenas menos incisiva do que no ano anterior. Senna, então, conquista treze poles positions e vence seis corridas durante a temporada de 1989. No entanto, ele deixa o título para seu companheiro de equipe.
1990 – MCLAREN MP4/5B – HONDA
Nenhuma grande novidade nesse ano. O regulamento técnico não sofreu modificações. A McLaren-Honda de que dispõem Senna e seu novo companheiro, Gerhard Berger, é apenas uma simples evolução do modelo da temporada anterior; exceto por algumas alterações aerodinâmicas e uma melhor distribuição do peso. No entanto, a evolução da concorrência coloca em evidência algumas fragilidades do carro campeão do mundo. Não há confiabilidade e, em alguns circuitos, é necessária toda a maestria de seus pilotos para manter a vantagem. Como em 1989, Senna ganha seis corridas e conquista seu segundo título de Campeão Mundial.
1991 – MCLAREN MP4/6 – HONDA
A principal modificação deste carro não é muito visível. Seu aspecto externo apenas está alterado pelo aparecimento de um novíssimo motor Honda que, desta vez, comporta doze cilindros. É uma mudança radical em termos de motorização, mas Senna, muito exigente nesse quesito, não acha este motor excepcional, e nem seu novo chassi. Entretanto, ele vence as quatro primeiras corridas da temporada e acrescentará três outras vitórias ao seu quadro de conquistas durante a temporada, para, finalmente, ganhar seu terceiro título de Campeão Mundial, que infelizmente, será o último.
1992 – MCLAREN MP4/7 – HONDA
Senna tinha razão ao advertir sua equipe sobre a necessidade de dar um salto radical á frente em termos de desempenho. Apesar do surgimento da MP4/7 a partir do terceiro Grande Prêmio da temporada, McLaren, Honda e Senna não puderam, naquele ano, neutralizar as Williams-Renault e o surgimento da suspensão ativa. Apesar de três vitórias, Ayrton classifica-se apenas em quarto no campeonato de 1992 e se despede da Honda no final da temporada, enquanto os japoneses anunciavam sua intenção de abandonar a Fórmula 1.
1993 – MCLAREN MP4/8 – FORD
A McLaren MP4/8 da temporada de 1993 era um bom carro. Excelente mesmo, segundo a opinião do próprio Senna. Infelizmente, ela estava submotorizada com um V8 Ford cliente, enquanto a Benetton possuía um versão fabricante mais elaborada. No entanto, este carro era dotado de uma suspensão muito sofisticada e de vários artifícios eletrônicos que faziam dele uma arma, com a qual Ayrton iria, naquele ano, defender bravamente suas chances. Seu início de temporada foi simplesmente brilhante, como sua últimas corridas pela escuderia inglesa com a qual ele havia dividido seis anos de sua vida de piloto. É, aliás, em uma vitória que o brasileiro se despede, reverenciando-a, no circuito de Adelaide, na Austrália.
1994 – WILLIAMS – RENAULT
É o carro maldito. Em seu comando, Ayrton não teve tempo de sentir prazer. Até mesmo as três poles positions que vieram somar ao seu quadro de conquistas para levar o recorde a 65, foram obtidas a duras penas. Desde os primeiros treinos, durante a pré-temporada, o brasileiro toma consciência da extensão dos problemas do carro. Mesmo com o motor Renault, que ele reencontra com satisfação, o chassi se mostra frágil demais para ser aprimorado. Senna identifica um comportamento perigoso em seu carro.
O fim todos nós sabemos!