Houve uma corrida televisionada de Fórmula 3 que não fazia parte do campeonato de Thruxton, e Bennetts ofereceu a Senna um carro para pilotar. Lá, Senna conquistaria um público muito maior do que jamais tivera. Antes da corrida, voltou ao Brasil, para aproveitar um pouco do verão, do sol e também para encontrar meus patrocinadores para conversar sobre aquela corrida e a próxima temporada.
Quando Senna voltou de férias, Bennetts levou-o a Thruxton para um treino com o carro de Mansilla. Ele entrou no carro e, praticamente sem tocar nele, já saiu voando. Aqui estava novamente a adaptação instantânea.
Além disso, Senna achava fácil trabalhar com Bennetts. Ambos eram meticulosos com os detalhes, pensavam soube aquilo que estavam fazendo, e nenhum dos dois deixava o autódromo – mesmo que tivesse anoitecido – até ter realizado uma análise dos feitos e dos problemas do dia e ficar totalmente satisfeito.
Na corrida, Senna conseguia a pole position e, para tanto, quebrou o recorde da volta.
Acelerando da linha de largada até a primeira curva da corrida, fiquei olhando atentamente nos espelhos para ver se alguém iria fazer alguma coisa estúpida na frenagem, conta Senna. Durante a corrida, disse ele, queria garantir que nada desse errado e que eu não cometesse nenhum erro.
Apesar de ter pouca experiência na Fórmula 3 e de estar competindo contra pilotos completamente novos, os quais, por definição, tinham pelo menos um ano a mais de experiência que ele, Senna conseguiu controlar a corrida desde o início e ainda ter capacidade para observar todas as outras coisas que estavam acontecendo.
Depois da corrida, ele e Bennetts firmavam um acordo verbal de fazer a próxima temporada juntos, e Senna assinou um contrato em janeiro. Ele tinha dado um passo decisivo rumo ao lugar para onde estivera indo: os grandes prêmios de F-1.