1. Por que a FIA mudou as regras para 2026
A FIA, em conjunto com a F1, elaborou as novas regras com quatro objetivos principais: inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental, equilíbrio financeiro e manutenção do espetáculo esportivo.
Eles querem tornar a F1 atraente para novos fabricantes de motores, usar combustíveis sustentáveis e permitir uma competição mais justa, sem sacrificar a performance que caracteriza a categoria.
2. Principais mudanças no regulamento técnico
a) Chassi e peso
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Os carros serão significativamente mais leves: a FIA definiu um peso mínimo de 768 kg, cerca de 30 kg a menos do que nas gerações anteriores.
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As dimensões também mudam: o comprimento entre eixos será menor e a largura total diminuída.
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Menos downforce e menor arrasto aerodinâmico para permitir disputas mais próximas e menos “colagem” no asfalto.
b) Aerodinâmica ativa
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Uma das inovações mais comentadas: asas dianteiras e traseiras móveis (“active aerodynamics”) que podem alternar entre configurações para reduzir o arrasto nas retas ou maximizar aderência nas curvas.
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Além disso, há o sistema chamado “Manual Override” (ou MGU-K Override) para um boost elétrico sob certas condições, ajudando nas ultrapassagens.
c) Pneus
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A FIA manteve os pneus de 18 polegadas (já usados nas gerações recentes), mas ajustou sua largura: os dianteiros serão mais estreitos em comparação aos modelos anteriores, assim como os traseiros.
3. Unidade de potência (motor)
Essa é talvez a parte mais revolucionária:
a) Arquitetura híbrida
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Mantém-se o motor V6 de combustão interna, mas haverá uma divisão 50/50 entre potência de combustão e elétrica.
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A potência elétrica subirá para 350 kW, um salto importante.
b) Recuperação de energia
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A quantidade de energia recuperada durante a frenagem (ERS) será dobrada, chegando a cerca de 8,5 MJ por volta, segundo a FIA.
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Isso permite estratégias muito mais sofisticadas de distribuição de energia, tanto para recarga como para uso “on-demand” nas ultrapassagens.
c) Fim do MGU-H
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Um grande ponto: o MGU-H (que recupera energia térmica do turbo) será eliminado.
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Isso simplifica a arquitetura do power unit e reduz custos de desenvolvimento.
d) Combustível sustentável
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Os motores usarão combustível avançado sustentável (“advanced sustainable fuels”), reforçando a estratégia de sustentabilidade da F1.
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Isso faz parte da visão da FIA de tornar a F1 “mais verde” e relevante para tecnologias de carros de rua.
e) Boost para ultrapassar (“Manual Override” / MGU-K Override)
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Quando um carro estiver a menos de 1 segundo do carro à frente, o piloto poderá ativar esse sistema para obter um impulso extra de energia elétrica.
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Isso visa compensar o fim do DRS (Drag Reduction System), que era usado para ajudar nas ultrapassagens.
4. Sustentabilidade financeira
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A FIA definiu um teto de custo (“cost cap”) para os fabricantes de unidades de potência (power units), para controlar os gastos de desenvolvimento.
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O documento oficial de regulamento financeiro para power units mostra que as fabricantes devem reportar seus custos e serão fiscalizadas para evitar gastos excessivos.
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Esse limite é parte da estratégia para manter a competitividade, permitir novas montadoras entrarem e evitar que os gastos tecnológicos cresçam descontroladamente, enquanto mantêm a F1 como um laboratório tecnológico de ponta.
5. Impactos para os fabricantes
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Com esse novo regulamento, algumas montadoras apostaram forte: estão previstas cinco fabricantes para fornecer power units a partir de 2026, incluindo Ferrari, Mercedes, Honda (retorno), além Audi e Ford.
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A eliminação do MGU-H e a ênfase em energia elétrica tornam a arquitetura de motor menos complexa em certos aspectos, o que pode reduzir barreiras de entrada para novos fabricantes.
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Mas há riscos: o desenvolvimento da bateria, da estratégia de recuperação de energia e da confiabilidade será fundamental. Se não for bem gerido, o novo sistema pode gerar falhas ou desempenho desigual entre equipes.
6. Segurança, espetáculo e competição
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A FIA pretende com esse regulamento tornar as corridas mais emocionantes: carros mais leves, menos arrasto e sistemas ativos de asa devem favorecer mais disputas corpo a corpo.
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O “Manual Override” (boost elétrico) substitui o DRS, o que pode tornar as ultrapassagens mais estratégicas, menos “automáticas” e mais desafiadoras.
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No entanto, há preocupações: alguns pilotos e comentaristas já manifestaram medo de que os carros fiquem “mais lentos” em determinados momentos ou pistas, especialmente se a bateria não for bem gerenciada.
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Além disso, há riscos de desequilíbrio tecnológico se uma equipe souber usar melhor a gestão de energia do que as outras.
7. Críticas e riscos
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A Red Bull, por exemplo, apontou falhas na abordagem de algumas partes do regulamento, dizendo que certos elementos são “remendos” para consertar problemas maiores.
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Há incertezas sobre como o “boost elétrico” será usado na prática: quanto tempo vai durar, quantas vezes por volta, e o impacto disso na corrida real.
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Estratégia será mais complexa: os pilotos precisarão gerenciar a energia elétrica muito mais, o que pode aumentar a diferença entre aqueles que têm uma equipe técnica mais competente.
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E tem a questão do “ADUO” (Additional Development & Upgrade Opportunities): uma espécie de mecanismo para permitir que fabricantes de power units que estão atrás possam fazer desenvolvimentos extras, o que pode levantar debate sobre interferência da FIA na competição (segundo discussões técnicas).
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8. O que muda para os fãs
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Para o público, pode haver corridas mais emocionantes: ultrapassagens menos dependentes do DRS, mais momentos de “explosão” elétrica, e estratégias mais variadas.
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Pode haver um “novo visual” dos carros: asas móveis, carros mais estreitos e ágeis devem mudar a forma como as corridas se desenrolam visualmente.
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Pode haver também uma curva de aprendizado para os fãs (e comentaristas): entender quando os pilotos usam esse boost, como recarregam a bateria, e quais estratégias funcionam será parte do entretenimento.
9. Expectativa para 2026 e além
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Se tudo der certo, 2026 será o começo de uma nova era da F1: mais sustentável, tecnologicamente avançada e competitiva.
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A entrada de novas fabricantes pode agitar ainda mais o grid, trazendo investimentos e inovações.
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Por outro lado, é um grande risco para equipes que não conseguirem se adaptar bem à nova arquitetura de motor e ao novo equilíbrio energético: podem ficar para trás.
Conclusão
O regulamento da FIA para a Fórmula 1 a partir de 2026 representa uma das maiores revoluções na categoria: mistura desempenho, sustentabilidade e estratégia. Para os fãs, pode significar corridas mais intensas e imprevisíveis. Para os times, é um desafio técnico enorme. E para a própria F1, é uma aposta clara no futuro — um futuro mais “verde” e tecnologicamente relevante.
E nós da Balaclava F1, estamos acompanhando tudo sobre este novo regulamento da FIA e maiores informações, atualizaremos através do nosso BLOG e todas as nossa mídias sociais @balaclavaf1. Aceleraaa com a gente.




