Os karts eram preparados por um homem chamado Lúcio Pascual, de origem espanhola e apelidado de Tche. Na primeira vez que Senna foi a sua oficina, perto de Interlagos, ele não fez muitas perguntas, não deu ordens e ficou muito quieto, mas, quando eu o vi, senti alguma coisa dentro de mim, recorda Tche. Com o tempo, o preparador tentou explicar a Senna que, ás vezes, você tem que pilotar com tática e prudência, mas Senna rejeitou aquilo. Disse que pilotava para vencer, nada além disso, sempre, e conservou essa atitude por toda a carreira. Mais tarde, Tche tirou uma fotografia de Senna vencendo uma corrida de kart se aproximava em alta velocidade. Ele fez dessa foto seu cartão de visitas.
Embora Senna tivesse descoberto a paixão da sua vida nas corridas, ainda havia a questão da educação. Ás vezes, isso era problemático.
Ele não era o melhor da classe, mas sem dúvida era muito fácil para ele assimilar informações, conta a família. Ele não estudava em casa, mas prestava muita atenção nas aulas. Tinha a capacidade de ver as matérias de uma forma estratégica e possuía raciocínio rápido.
Ele estudou na escola primária do Colégio Santana, e, depois, no Colégio Rio Branco ( no Centro de São Paulo ), durante o ensino fundamental II e médio. Naquela época, ele estudava apenas para passar nos exames de final de ano, diz a família. O verdadeiro conhecimento que estava adquirindo era direcionado ao sonho de se tornar piloto.
O mundo do kart é quase sempre pouco noticiado, a não ser por alguma revista especializada e um piloto de kart dedicado que participava de diversas corridas continuava, e, termos históricos, anônimo.
O jovem piloto de kart vivia para o momento. A posteridade se encarregaria do resto.