AYRTON SENNA; A DESPEDIDA DA FABRICANTE JAPONESA DA FÓRMULA 1; SAYONARA, HONDA

Ayrton Senna: a despedida da fabricante Honda da F1

No segundo ciclo na categoria, a gigante nipônica garantiu cinco títulos mundiais de pilotos e conquistou para sempre a admiração de Ayrton Senna.

Em 11 de setembro de 1992, ás vésperas do Grande Prêmio da Itália, um rápido comunicado de menos de 20 linhas decretou o fim de uma era na Fórmula 1. Nele, Nobuhiko Kawamoto, presidente da Honda Motor Company, oficializou a retirada da empresa japonesa das disputas da categoria mais rápida do automobilismo. A decisão há muito já vinha sido discutida pelo conselho da montadora, para quem o investimento feito na Fórmula 1 teria melhor destino se direcionado para o desenvolvimento de motores antipoluentes e outras inovações para seus carros de passeio.

Encerrava-se, assim, a segunda e avassaladora passagem da gigante nipônica pela Fórmula 1. Na primeira, entre 1964 e 1968, a Honda montou uma equipe própria e não teve grande sucesso, conquistando apenas duas vitórias em Grandes Prêmios. O retorno aconteceu a partir de 1983, exclusivamente como fornecedora de motores, e foi triunfal.

A parceria com a Williams, de 1984 a 1987, já havia sido frutífera, resultando em um título mundial de pilotos (Nelson Piquet, em 1987) e dois de construtores (1986 e 1987). Mas o ápice da Honda na Fórmula 1 aconteceu a partir de 1988, quando passou a fornecer motores para a McLaren.

Naquele ano, a Fórmula 1 assistiu a uma supremacia jamais vista em sua história: foram 15 vitórias da McLaren/Honda em 16 provas disputadas, coroada pelo primeiro título mundial de Ayrton Senna. Alain Prost venceu em 1989, a parceria com a equipe de Ron Dennis quatro títulos mundiais de pilotos e de construtores em sequência.

GRATIDÃO ETERNA

Ayrton, por sinal, foi o piloto que mais venceu pilotando carros com propulsores Honda: 31 vitórias, 29 pela McLaren e duas pela Lotus, em 1987. Mas os números são apenas parte da ligação que se estabeleceu entre o piloto e a fabricante: a dedicação incansável, a ética de trabalho e a busca constante do melhor desenvolvimento eram fatores comuns a Ayrton e aos japoneses da Honda.

Fico triste. A Honda criou um método de trabalho nunca visto na Fórmula 1. Foi ela que acirrou a competição, fez crescer os outros, como a Renault. Essa saída pode mudar os valores na Fórmula 1. Será um momento em que a Ferrari vai jogar tudo e a Ford também, para subir de nível, ficar de novo com os grandes, afirmou Senna, que chegou a chorar em entrevista á Fuji Television ao comentar a notícia, mas afirmou compreender a decisão. Negócios são negócios, eu posso entender a atitude da Honda.

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