EDDIE JORDAN OFERECEU 50% DE PROPRIEDADE DA EQUIPE PARA SENNA SER PILOTO E DONO DO TIME

Ayrton Senna e Eddie Jordan, uma parceria que não aconteceu

Eddie Jordan afirmou que estava negociando com Ayrton Senna sobre a propriedade conjunta da equipe Jordan na Fórmula 1, quando ocorreu a morte do brasileiro em 1994.

Jordan era dono da equipe Jordan F1, que correu na Fórmula 1 entre 1991 e 2005, sendo vendida para a Midland Group durante sua última temporada na categoria.

Rebatizada de Midland em 2006, a equipe mais tarde se tornou Spyker, depois Force Indía, Racing Point e agora corre como Aston Martin, sendo descendente da equipe que Jordan trouxe pela primeira vez para a categoria há mais de 30 anos.

Antes da F1, Jordan havia comandado a Eddie Jordan Racing em categorias juniores, como Fórmula 3000, F3 britânica e alemã, bem como F3 europeia.

Foi no início dos anos 1980, na Fórmula Ford, que Jordan conheceu Senna, já que então um piloto com talento muito acima da média e que chamava muita atenção.

Em 1982, eu tinha um cara chamado Jim Wright, que era meu olheiro, disse Jordan no podcast ( Formula For Success ), quando questionado por David Couthard sobre o maior talento que ele não contratou para correr por sua equipe.

Fiz as coisas de uma maneira diferente. Eu tinha Jim acompanhando todas as corridas juniores para ver quem eu poderia levar para a Fórmula 3, porque sempre senti que a maioria dos pilotos, e é por isso que Martin Brundle, Johnny Herbert e Jean Alesi vieram até mim, eles tinham muito pouco dinheiro, mas eu era forte o suficiente para poder encontrar dinheiro para apoiar a equipe e depois tentar escolher o melhor piloto, disse Jordan.

Então Jim Wright me disse: Eddie, você precisa ver esse cara chamado Da Silva ( SENNA ). Ele havia terminado em terceiro no festival de Fórmula Ford, então estava lá em cima. Então fui a Snetterton para vê-lo. Me lembro de colocar uma marca ( em meu olho ), nos esses em Snetterton. É uma curva que a maioria das pessoas não consegue fazer absolutamente flat, mas esse cara estava vindo por ela com aceleração total todas as vezes, e ele não errou essa marca com o pneu dianteiro esquerdo ao virar para os esses. Ele tinha controle absoluto e muita velocidade. acrescentou.

Tentei contratá-lo para a temporada de 1983 e não consegui porque ele era piloto da Marlboro. Eu não tinha créditos suficientes em meu nome e Dick Bennet era uma espécie de guru da West Surrey Racing. Ele foi enviado para lá pela Marlboro. Tentei desesperadamente contratá-lo. Mas Dick e eu nos unimos porque consegui o contrato da Marlboro para Macau, corrida especial da Fórmula 3.

Ele mudou de nome depois daquela corrida, vencida pelo brasileiro. Ele ainda correu na Fórmula 3 britânica naquele ano e mudou seu nome para Senna ( Ayrton Senna, ao invés de Ayrton da Silva, como usava até então ), conseguindo entrar na F1 com a equipe Toleman em 1984. Algum tempo depois foi ele quem apresentou Rubens Barrichello para mim, sempre fomos muito amigos, disse Jordan.

Dez anos depois, Senna e Jordan começaram a conversar sobre a possibilidade de trabalharem juntos na equipe Jordan F1, passando a ser sócios na equipe, com Jordan revelando que havia feito uma oferta significativa na forma de participação acionária para Senna, a fim de tentar atraí-lo como piloto co-proprietário da equipe.

Ele estava desiludido na McLaren. Foi antes dele assinar com a Williams para 1994, ele simplesmente não estava feliz, afirmou Jordan.

Acredite ou não, mas eu ofereci a ele 50% da equipe, de graça, para vir pilotar pela Jordan, mas ele teria que ficar como dono, porque eu acreditava que com Senna na equipe, o valor real do time mais do que dobrado.

 

Então em outras palavras, a metade que eu estava perdendo entregando a propriedade para ele, acabaria sendo um ótimo movimento, continuou Jordan.

Primeiro, eu coloco um cara como Senna no meu carro, e como sócio da equipe, com isso o reconhecimento da equipe, a renda de patrocínio se multiplicaria por uma quantia incrível, acrescentou.

Mas Senna morreria tragicamente em um acidente enquanto liderava o GP de San Marino, em Ímola em 1994, com Jordan ponderando ter acontecido se aquele dia nunca tivesse acontecido.

Sempre gostei do Ayrton e deveria ter acontecido, mas, de repente, ele morreu, disse Jordan.

Agora eu não estou dizendo que ele teria feito isso. Que teria fechado o negócio comigo, mas estávamos muito adiantados nas negociações sobre o que ele queria fazer. Ele queria ter uma equipe e eu estava dando a ele essa oportunidade, finalizou Jordan.

 

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