O MP4/4 dominou a temporada de 1988 graças á genialidade de dois grandes engenheiros e á destreza de seus incríveis pilotos.
O McLaren MP4/4 foi um carro de F1 que marcou a temporada de 1988. Foi projetado pelo engenheiro norte-americano Steve Nichols, assinado pelo engenheiro sul-africano Gordon Murray, o legendário diretor técnico da equipe Brabham na década de 1980. Acredita-se que Nichols baseou-se justamente no Brabham BT55 de 1986, de Murray, para criar o MP4/4.
Era um cara excepcional e, entre suas muitas qualidades, estava um desenho que primava pela pouca altura. Foi pilotando um quase imbatível MP4/4 que Ayrton Senna sagrou-se campeão mundial pela primeira vez. Com ele, Senna e Prost venceram 15 das 16 corridas do campeonato. Um resultado impressionante cujo índice de eficiência era de 93,7%. Dessas vitórias, sete couberam a Alain Prost e oito a Senna. Naturalmente, a McLaren foi campeã de Construtores naquele ano, o último da era turbo iniciada oficialmente em 1966.
O MP4/4 era turboalimentado e seu motor era o Honda RA 168-E de 1.494cm3, de configuração V-6 A 80*, com pressão de superalimentação baixada de 4 para 2,5 bar, conforme determinava o regulamento técnico da F1 daquela época.
PRESSÃO LIMITADA
Essa limitação fazia parte do que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) introduziu a título de transição para a fórmula de aspiração natural. Nas temporadas de 1987 e 1988, a pressão de superalimentação era menor, o que abriu caminho para a temporada de 1989 que inaugurou motores de aspiração natural com cilindrada de 3.500 cm3 e máximo de 10 cilindros. O motivo da mudança, como geralmente ocorre no automobilismo, foi conter a escalada de custos associada aos motores turbo.
Na temporada de 1987, a McLaren não conseguiu bons resultados com o motor TAG-Porsche, sofrendo nove derrotas para a Williams, que usava motor Honda; duas para a Lotus, também com o motor japonês; e duas para a Ferrari. Em toda a temporada, a McLaren só venceu três corridas. Desse modo, a equipe tratou de garantir a temporada seguinte com o motor vencedor, aproveitando que a Williams não utilizaria mais os motores Honda.
O carro baixo que Gordon Murray havia criado levava a uma redução da área frontal em cerca de 30%; isso tornava o carro mais liso do ponto de vista aerodinâmico, aumentando o fluxo de ar sobre o aerofólio traseiro e a força descendente naquele eixo, sem o correspondente aumento do arrasto aerodinâmico. Tudo era perfeito, mas, o motor inclinado de quatro cilindros do BMW dificultava as coisas. Gerava problemas como falta de óleo nas curvas, além da conhecida lerdeza de resposta do turbocompressor.
Como o V-6 Honda de 80* era menor e com centro de gravidade mais baixo, era perfeito para o desenho de chassi de Murray havia entrado para a McLaren em 1987, quando ajudou Nichols a projetar o antecessor do MP4/4, o MP4/3, já com essa característica.
Como usavam o motor TAG-Porsche, que era V-6 a 90*, a chegada do motor Honda e o novo regulamento, que reduzia de 220 para 195 litros o volume máximo de gasolina a bordo, praticamente definiram o MP4/4, com um mínimo de modificações. O motor japonês de 900 cv prometia.
CARACTERÍSTICAS DO MP4/4
O chassi baixo do MP4/4 obrigava o piloto a ficar praticamente deitado no habitáculo; algo que, no início, não agradou Prost. Senna, no entanto, não tinha objeção. As suspensões eram basicamente de triângulos superpostos, com haste impulsionando os amortecedores na dianteira, e de balancins na traseira; os discos de freio nas quatro rodas eram carbocerâmicos.
A altura de rodagem não era a que Murray queria, mas, em contrapartida, o carro ficou mais fácil de ajustar. As dimensões do MP4/4 eram: 4.394 mm de comprimento, 2.133 mm de largura e apenas 940 mm de altura – menos de 1 metro, com entre eixos de 2.875 mm e bitolas de 1.823 e 1.668 mm dianteira/traseira. Sua massa era de 540 kg, sem piloto e combustível.
O motor RA186-E tinha bloco e cabeçote de alumínio, injeção de combustível nas cornetas de admissão, duas árvores de comando de válvulas em cada cabeçote e quatro válvulas por cilindro. Os dois turbocompressores eram IHI (Ishikawajima Heavy Industries). A potência máxima chegou a 900 cv (com 2,5 bar de pressão absoluta de superalimentação), representando uma potência específica de absurdos 602 cv por litro. A relação peso-potência do MP4/4 era de 0,6 kg/cv.
Foram moldados seis carros em compósito de fibra de carbono com a ajuda da Hercules Aerospace, dos Estados Unidos, usados ao longo de 1988. Os seis existem até hoje: quatro deles são propriedade do próprio Grupo McLaren, um da Honda e o último pertence um colecionador particular.
UM CARRO INVENCÍVEL
Senna conquistou o título mundial de pilotos, o primeiro da sua carreira, no GP do Japão de 1988, pilotando o MP4/4. A vitória chegou, apesar de o campeão ter deixado o motor morrer na largada. Senna soube aproveitar aquele ponto da pista em ligeira descida, fazendo o motor funcionar como se o carro tivesse sido empurrado. O que se viu – e viveu – em seguida foi um desempenho admirável do fantástico piloto, então com 28 anos, amadurecido, que nesse momento estava em 14*, até assumir a liderança na 28* volta e vencer com mais de 13 segundos de vantagem sobre o 2* colocado, Alain Prost, seu companheiro de equipe.
O domínio do MP4/4 pôde ser demonstrado. Em San Marino, os McLaren forma mais rápidos que o terceiro, nas tomadas de tempo, mais de três segundos, o que é impensável hoje em dia. Das 16 corridas, Senna fez o melhor tempo para a largada 13 vezes, sendo seis corridas consecutivas.
A McLaren conquistou o título de construtores acumulando 199 pontos, quase três vezes mais que sua maior rival, a Ferrari. A equipe tinha na temporada de 1988 os melhores pilotos do mundo e a excelência de um carro dos carros mais impressionantes da história do automobilismo.
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