AYRTON SENNA RENOVAÇÃO IMINENTE COM A MCLAREN; EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO….

Ayrton Senna renovação iminente com a McLaren

Anúncio do acerto da Williams com Mansell e Patrese praticamente a permanência do brasileiro na McLaren por mais uma temporada.

Geralmente, em paralelo á reta final do Campeonato Mundial de Fórmula 1, entra em cartaz no segundo semestre uma grande novela: a das contratações e renovações para a próxima temporada. Mas em 1991, ainda no mês de agosto, uma decisão da Williams esfriou muito as especulações e expectativas do folhetim envolvendo o destino dos grandes nomes da categoria para 1992.

Dias antes do Grande Prêmio da Bélgica, a escuderia surpreendeu imprensa e torcedores ao comunicar que já havia assinado por mais um ano com Nigel Mansell e Ricardo Patrese. O anúncio por si só praticamente definiu o tabuleiro das grandes equipes. Com seus carros em um estágio de desenvolvimento maior do que as concorrentes, os cockpits da Williams eram o objeto de desejo de todos os pilotos – especialmente de Ayrton Senna, cujos contatos com Frank Williams já vinham de longa data.

O contrato do brasileiro com a McLaren terminava ao final da temporada, e Senna já havia deixado claro que correria em 1992 na escuderia que lhe oferecesse o melhor equipamento. Com a Williams fora do baralho, porém, ficava claro que não havia lugar melhor para Ayrton do que a McLaren. Não apenas porque a equipe de Ron Dennis havia se desdobrado e melhorado seu carro e seu motor nos últimos meses, mas também porque a Ferrari estava mergulhada em uma tremenda crise, com seus dois pilotos franceses em pé de guerra com a diretoria e com a imprensa italiana. Assim, tanto Senna quanto Gerhard Berger deveriam mesmo permanecer na McLaren.

SEM PRESSA

Em Spa-Francorchamps, Ron Dennis garantia que nada ainda estava certo entre a equipe e Ayrton para o ano seguinte – mas seu sorriso de alívio denotava que o compromisso já estava afirmado. Nem a McLaren nem Ayrton querem tratar disso agora. Ano passado, cometemos esse erro e nos desconcentramos em relação ao Mundial. Este ano estamos voltados totalmente para a luta pelo título, desconversou o inglês. A maneira de manter Ayrton na equipe é fazer tudo o que for possível para dar a ele o título deste ano. Se lhe dermos o Mundial, ele continuará conosco. Ou não?

Senna fez coro ao mandachuva da McLaren. Quero pensar só nas corridas, no campeonato. É melhor esperar para decidir na hora certa, garantiu, antes de concluir dando uma dica que praticamente matava a charada. Mas sou reconhecido dentro da equipe, que tem ótimo ambiente, e minha relação com Gerhard Berger é muito boa.

CAOS ITALIANO

O outro destino sempre associado a Ayrton Senna, a Ferrari, não era uma opção saudável – ao menos não naquele momento. Em que pese o sonho de Ayrton de guiar uma rossa, diversas vezes manifestado publicamente, e o desejo dos fanáticos torcedores italianos em ter o brasiliano em Maranello, parecia impossível para qualquer piloto desenvolver um trabalho sério em meio aquela máquina de criar crises.

Sem vencer uma corrida há quase um ano – a última havia sido o Grande Prêmio da Espanha de 1990, em 30 de setembro, a Ferrari, com 35 pontos no Mundial de Construtores, agora estava a léguas de distância da McLaren (83) e Williams (81). As pesadas reclamações de Alain Prost e Jean Alesi sobre a estabilidade do carro e a potência do motor haviam colocado os dois em rota de colisão com o diretor Cesare Fiorio, que perdeu a queda de braço e acabou demitido.

E ficaria pior: Umberto Agnelli, vice-presidente da Fiat, controladora da Ferrari, afirmou em entrevista ao Corriere dela Sera, na véspera do Grande Prêmio da Alemanha, que a culpa da má fase da equipe era de Prost e que Alesi havia se tornado uma espécie de subalterno do compatriota. O tricampeão não se fez de rogado e contra-atacou, mirando os mensageiros. A imprensa italiana é uma m…..

Diante de tudo isso, entende-se porque Senna seguia mantendo distância da equipe. Aliás, mais de um ano antes, em maio de 1990, em Imola, ele já havia feito uma leitura precisa do cotidiano da Scuderia. Há muita política na Ferrari. A pressão por resultados é imensa e a organização sofre com isso. No dia em que a Ferrari pensar só em ganhar corridas, vai andar sempre na frente.

 

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